sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Menos calorias pode prolongar a vida


 Por PAUL RECER

 WASHINGTON -- Pela primeira vez, pesquisadores encontraram evidências
 sugerindo que as pessoas podem viver mais se ingerrirem menos calorias
 diariamente, uma restrição dietética que já mostrou resultados em
 experimentos de prolongação da vida de animais em laboratório em até 40%.
 Mesmo que essas evidências provem-se corretas, é desconhecido o tempo extra
 que uma pessoa poderia viver. Estudos de laboratórios por décadas têm
 mostrado que a redução de calorias na alimentação dos ratos e camundongos
 habilitaram os animais a viver muito mais, mas o mesmo efeito não havia sido
 demonstrado positivamente em macacos ou humanos. Agora, George S. Roth e
 seus colegas do Instituto Nacional de Envelhecimento, dizem que tiveram
 evidências preliminares que as mudanças biológicas que ajudaram a criar
 super-envelhecidos roedores possam também trabalhar em humanos.
 Os marcadores biológicos -- temperatura mais baixa, níveis de insulina
 reduzidos e um nível equilibrado de um hormônio esteróide chamado DHEAS --
todos ocorrem em roedores de dieta restrita com um incremento de vida em até
 40% sobre os roedores com dieta normal, disse Roth. Os mesmos marcadores
 biológicos têm sido encontrados agora em pessoas que estão vivendo mais, num
 estudo contínuo sobre envelhecimento realizado em Baltimore. "Isso significa
 que as características biológicas dos animais que se encontram em modo de
 dieta restrita parecem se aplicar à longevidade em pessoas", diz Roth.
 Mas Roth, co-autor de um estudo que apareceu sexta-feira no jornal Science,
 disse que os estudo devem ser considerados "preliminares" e alerta que
 ninguém deve começar a passar fome na esperança de viver mais. Ao invés
 disso, ele diz, o estudo dá pistas "torturantes" (tantalizing hints) que
 merecem ainda ser investigaas mais a fundo para ajudar as pessoas a viver
 mais.
 Outros peritos dizem que o estudo oferece novas esperanças para a ciência
 algum dia encontrar meios de retardar o envelhecimento e prolongar a vida.
 "O estudo não prova absolutamente nada, mas sugere que os mesmos mecanismos
 que operam em animais de dieta restrita em calorias podem operar em
 humanos", disse Stephen R. Spindler, um pesquisador da expectativa de vida
 humana da Universidade da California, Riverside. "Ele aumenta a
 probabilidade que nós encontremos meios farmacológicos de simular esse
 efeito."
 Roth e seus co-autores extrairam suas conclusões preliminares da combinação
 de estudos de envelhecimento de roedores, um estudo de 15 anos em envelhecer
 macacos, e o projeto contínuo chamado Estudo Longitudinal de Envelhecimento
 de Baltimore, que aborda a expectativa de vida humana.
 O estudo dos macacos, conduzido no Instituto Nacional de Envelhecimento, tem
 o objetivo de testar os efeitos de longevidade da restrição de calorias.
 Começou em 1987, mas Roth disse que como os macacos Rhesus podem viver por
 25 anos, pode levar outros 4 ou 5 anos antes que os resultados sejam finais.
 Estatisticamente, pelo menos metade dos macacos terão de completar sua
 expectativa de vida normal antes da data ser considerada significativa, diz
 Roth.
 O mesmo vale para o estudo de envelhecimento humano em Baltimore. Mas Roth
 disse que ele e seu time encontraram conclusões preliminares observando
 tendências precoces nas mortes tanto dos macacos como dos humanos. Os
 pesquisadroes também dividiram as pessoas do estudo de Baltimore em dois
 grupos baseados em mediçoes dos biomarcadores-chaves -- temperatura e níveis
 de insulina e do hormônio DHEAS -- que foram cacterísticos nos roedores de
 laboratório super envelhecidos. Roth disse que aqueles homens cujos
 biomarcadores eram similares àqueles de calorias restritas.
 Roth disse que nenhum dos homens do estudo de Baltimore está
 praticando dietas restritas, mas claramente alguns estão apreciando o mesmo
 incremento de vida que a restrição de calorias deu aos animais de
 laboratório, e os pesquisadores não estão certos por que.
 "Qualquer que seja o motivo, eles têm aquelas características biológicas e
 parecem viver mais", diz Roth. "Parece que se você tem um daqueles
 marcadores naqueles níveis, é algo bom para viver alguns anos extras."
 Nos macacos, Roth disse que aqueles com alimentação reduzida desde que o
 estudo começou estão morrendo numa proporção que é cerca da metade dos
 outros macacos que recebem a alimentação integral. Ele disse que todos os
 animais são alimentados com a mesma comida nuticionalmente balanceada, mas o
 grupo dos que vivem mais recebem 30% menos.
 Embora as descobertas sugiram que uma dieta restrita em cerca de 30 a 40%
 possa prolongar a vida, Roth diz, "Isso não é prático para a maioria das
 pessoas e poderia ser nocivo á saúde".
 Ele diz que os estudo de envelhecimento podem levar a encontrar-se drogas
 que possam simular os efeitos da restrição de calorias na dieta.
 Spindler concordou, dizendo que o estudo de Roth e seus colegas "nos dá
 motivos para ter esperanças."
 * __
 On the Net:
 Science: http://www.sciencemag.org
 National Institute on Aging: http://www.nih.gov/nia

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